Que a it-bag descanse na paz de alguma prateleira de seu guarda-roupa. É que, segundo a jornalista Suzy Menkes, do International Herald Tribune, essa categoria de bolsa – grifada, vistosa e facilmente reconhecível – morreu.
A causa da morte é a fadiga. A bolsa já não quer ser um sonho de consumo com duração de uma temporada. O que deveria fazer o maior sentido diante de uma crise econômica, em que o mais apropriado é investir cifrões em peças com vida mais longa, certo? Errado: o it só mudou de endereço: agora está está mais embaixo. Precisamente, nos pés.
É isso mesmo. Ao lado das maxibijoux, os sapatos vêm adquirindo importância na produção. "Esses acessórios se irritaram com a predominância das bolsas e começaram a crescer", assim, enquanto as bolsas vão diminuindo nas passarelas, os pares vão ganhando corpo, saltos esculturais, enfeites exagerados.
O auge parece ter sido a última temporada. Os pés foram calçados com botas, escarpins e sandálias que faziam uma declaração de moda a cada passo. Outra prova infalível da relevância dos sapatos? Quando mandavam na moda, as it-bags eram chamadas pelo nome – B., Spy, Gaucho, Coffer. O mesmo começa a acontecer com eles. Entre os hits de Christian Louboutin, você prefere o Pigalle ou a Ariella? Já conhece a bota da YSL que, de tão expressiva, já foi apelidada de cage [tradução: gaiola; foto 10]?
Calma, calma. Não precisa trocar as mãos pelos pés – ainda. Quem garante é a stylist Flavia Lafer. "As it-bags continuam muito enraizadas na moda brasileira. E vão demorar a desaparecer", diz ela, que, particularmente, já se cansou das bolsas. Então aproveite para exibir seus exemplares assinados nos braços enquanto é tempo. E fique de olho nos sapatos pesados, exagerados, "de designer": você deve se tornar a it-dona de um deles logo, logo.
Neth Marx
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